STF

Alexandre de Moraes manda soltar ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid

Brás Oscar · 3 de Maio de 2024 às 16:22 ·

Ministro determinou que o acordo de delação continuará válido e manteve uso de tornozeleira eletrônica em Cid

Nesta sexta-feira (3), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, emitiu uma ordem de soltura para Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro que colaborou em delação premiada.

Moraes manteve o acordo de delação e as medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. O ministro tomou esta decisão após Cid comparecer à Diretoria de Inteligência da PF e fornecer informações adicionais sobre os áudios previamente divulgados.

O Exército recebeu a notificação da soltura durante a tarde, e a expectativa é de que Cid deixe o Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, ainda hoje. Em seu pedido de liberdade, Cid reafirmou a veracidade de suas declarações anteriores, especialmente aquelas relacionadas às investigações que envolvem o ex-presidente Bolsonaro.

Esta não é a primeira vez que Mauro Cid é solto. Anteriormente detido em maio de 2023 sob a acusação de fraudar cartão de vacinação, ele foi libertado em setembro do mesmo ano após firmar um acordo de delação premiada.

No entanto, Moraes ordenou novamente sua prisão em março deste ano, após a divulgação de áudios nos quais Cid criticava o ministro do STF e a PF, sugerindo que os investigadores já tinham uma narrativa predefinida.

Os áudios foram divulgados pela revista Veja em 21 de março, levando à convocação de Cid para depor no STF no dia seguinte. Após uma audiência com um juiz auxiliar de Moraes, na qual não revelou a identidade dos destinatários dos áudios, Cid foi novamente preso e ficou detido no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília.

A ordem de prisão em março foi baseada na acusação de obstrução da justiça, com Moraes justificando que Cid havia violado o dever de sigilo ao discutir temas de sua delação em áudios. Além disso, o ministro considerou que as ações de Cid poderiam prejudicar as investigações em curso. O ex-ajudante de ordens prestou uma série de depoimentos à PF, sendo o último realizado por videoconferência na semana anterior à sua soltura.

 


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