Itália autoriza entrada grupos pró-vida em clínicas de aborto
Senado italiano aprova lei que permite acesso de associações de apoio à maternidade para aconselhamento de mulheres grávidas nesses locais
O Senado da Itália aprovou uma lei que permite a entrada de associações pró-vida em clínicas de aborto no país. Por 95 votos a 68, os senadores italianos deram sinal verde ao Decreto PNRR, que define alocação de recursos do Plano de Recuperação da Pandemia e inclui a lei que beneficia os defensores da vida.
A nova lei, defendida pela primeira-ministra Giorgia Meloni, já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados há uma semana, e foi objeto de acaloradas discussões entre governo e oposição.
Meloni e os partidos de sua coligação defendem a entrada de grupos de apoio à maternidade nas clínicas de aborto, para que possam fazer o aconselhamento de mulheres que pretendem cometer esse ato. O objetivo da lei, segundo o partido da primeira-ministra, é “dar às mulheres uma oportunidade de reflexão antes de tomar uma decisão final sobre sua gravidez, o que de modo nenhum afeta os seus direitos”.
O aborto foi legalizado na Itália em 1978, com a aprovação da famigerada Lei 194, que permite o assassinato intrauterino até os 90 dias de gravidez.
O decreto aprovado ontem causou uma áspera discussão entre a ministra da Igualdade da Espanha, a socialista Ana Redondo, e a primeira-ministra da Itália. Meloni respondeu às críticas de Redondo: “Ouvi, ministros estrangeiros falarem sobre questões internas da Itália sem conhecerem os fatos. Normalmente, quando você desconhece um assunto, deve ter o bom hábito de não dar lições”.
Meloni tem encorajado as mulheres italianas a terem mais filhos, uma vez que a Itália tem hoje uma das mais baixas taxas de natalidade do mundo.
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