GOVERNO PETISTA

Ministros divergem sobre indicação de Lula para comando do IBGE

Diógenes Freire · 27 de Julho de 2023 às 09:46 ·

Acusado pela esquerda de manipular dados e aparelhar o Ipea, o economista Márcio Pochmann já presidiu o Instituto Lula e a Fundação Perseu Abramo (fundação do PT voltada à elaboração de estudos, debates e pesquisas)

Na última quarta-feira (26), o ministro da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, confirmou o nome do economista Márcio Pochmann como novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Historicamente ligado ao PT, o nome de Pochmann saiu vencedor de uma disputa interna no governo. 

Pochmann já presidiu o Instituto Lula e a Fundação Perseu Abramo (fundação do PT voltada à elaboração de estudos, debates e pesquisas). De 2007 a 2012, comandou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Ao fazer o anúncio, Pimenta garantiu que não existe “nenhum ruído” em torno da indicação do economista. Na mesma linha, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, saiu em defesa da nomeação do amigo, a quem classificou como um “democrata que pensa um Brasil mais justo”.

Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, vinham se posicionando contra a indicação de Pochmann. De acordo com a CNN Brasil, a equipe de Tebet costuma chamar Pochmann de “terraplanista econômico”. Entre as críticas ao novo indicado de Lula, também pesam acusações de “manipulação de dados”.

Ainda, de acordo com a CNN, Haddad considera que Pochmann faz parte da “ala mais radical do partido”. A equipe econômica de Lula teme que Pochmann repita o mesmo modelo administrativo que aplicou no Ipea e promova o aparelhamento político do IBGE.

Ao falar com a GloboNews, na última quarta-feira (26), Tebet disse que ainda não havia conversado com Lula sobre a indicação de Pochmann. Apesar das divergências, a equipe econômica tem sinalizado conformidade com a nomeação do economista.

Em 2012, Pochmann concorreu à prefeitura de Campinas (SP) e chegou a ir para o segundo turno, mas não conseguiu se eleger. Em 2016, concorreu novamente ao cargo, mas não conseguiu a aprovação do eleitorado. Em 2018, Pochmann perdeu novamente nas urnas ao se lançar como candidato a deputado federal por São Paulo.   
 

 


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