Presidente do BC defende que o processo de sucessão da autarquia deve ser antecipado
“Seria bom fazer a sabatina este ano. Se um diretor para presidente interino, ele tem que passar por sabatina também”, afirmou.
O presidente do Banco Central (BC), o economista Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (03) que o processo de sucessão da presidência da autarquia deveria ser iniciado antes de 31 de dezembro, quando terminará o seu mandato. Campos Neto sugeriu que o governo indicasse um nome para o comando da BC entre outubro e novembro deste ano, a fim de realizar uma sabatina no Congresso antes do recesso de dezembro.
Campos Neto, evitando que o processo seja politizado, defendeu uma transição branda entre os governos. "Essa coisa de você mudar de um governo para outro, onde o governo que entra fala mal do outro e a gente tem uma transição que não é civilizada, é muito ruim. Eu sempre digo que prefiro discutir ideias do que pessoas. Então, nesse sentido, eu vou fazer a transição mais suave possível”, destacou.
Especula-se que Campos Neto – indicado ao cargo por Jair Bolsonaro – passe o comando para Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do BC e considerado próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, a nomeação de Galípolo gera incertezas no mercado financeiro em relação à direção da taxa Selic. A autarquia sustenta que os juros altos servem para conter a inflação, manobra criticada por Lula.
Nesta segunda-feira (01), o BC anunciou sua primeira intervenção no câmbio sob o atual governo após um salto de R$ 5,05 no dólar. A medida envolve a realização de um leilão adicional de até 20 mil contratos de swap cambial, uma troca de moedas promovida pelo BC, totalizando US$ 1 bilhão, com o objetivo de salvaguardar o dólar de variações exacerbadas em relação ao real, garantido um controle no mercado nacional.
A iniciativa busca assegurar a regularidade das operações no mercado de câmbio diante das possíveis repercussões decorrentes do vencimento do título NTN-A3 (Nota do Tesouro Nacional), agendado para o dia 15 de abril. Os contratos disponíveis vencerão em 2 de janeiro de 2025 e 1º de abril de 2025, totalizando cerca de US$ 3,7 bilhões em termos atuais. O Banco Central receberá propostas das instituições financeiras no período das 12h30 às 12h40; os resultados serão divulgados posteriormente. Outros 16 contratos de US$ 800 milhões também serão leiloados com as instrumentalizações existentes no mercado.
"Por apenas R$ 12/mês você acessa o conteúdo exclusivo do Brasil Sem Medo e financia o jornalismo sério, independente e alinhado com os seus valores. Torne-se membro assinante agora mesmo!"
