FAKE NEWS DO BEM

Relator do PL da Censura é desmentido por checagem pública do Twitter sobre o teor do projeto

Luís Batistela · 31 de Maio de 2023 às 10:16 ·

Recentemente, o deputado comunista Orlando Silva virou piada na internet ao demonstrar desconhecimento da dinâmina das redes sociais depois de confundir "print" com "link" 

O relator do PL da Censura (2630/2020), o deputado comunista Orlando Silva (PCdoB-SP), denunciou através do Twitter um jogo denominado Simulador de Escravidão, na última quarta-feira (24). O parlamentar aproveitou-se de situação para promover a regulação das mídias sociais, inserida no Projeto de Lei, que segundo ele, seria “um imperativo da civilização contra a barbárie”.

Em reação ao comentário do deputado, os leitores da rede social realizaram uma checagem e expuseram uma nota desmentindo o parlamentar, afirmando que o PL não teria eficácia nesse cenário, pois sua funcionalidade não seria aplicada às lojas de aplicativos.

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Orlando Silva informou que a União de Negras e Negros pela Igualdade (UNEGRO), enviou-lhe uma denúncia de que a loja de aplicativos da Android, a Play Store, teria um jogo denominado Simulador de Escravidão.

Conforme elencou o deputado, o simulador consistia em encenar compras, vendas e agressão às “pessoas negras escravizadas”.

“A Play Store, loja de aplicativos do Android, tem um "jogo" chamado SIMULADOR DE ESCRAVIDÃO, no qual a "brincadeira" consiste em comprar, vender, açoitar pessoas negras escravizadas. É desumano, nojento, estarrecedor. É CRIMINOSO!”, protestou o parlamentar.

O parlamentar usou da denúncia para promover o PL da Censura, informando que tal situação demonstraria a “urgência de regulamentação do ambiente digital”. Inclusive, afirmou que o Projeto é “um imperativo da civilização contra a barbárie”.

“É falso que a PL 2630 possa ser aplicada a lojas de aplicativos. Se aprovada, será aplicada em redes sociais, ferramentas de busca, serviços de mensageria instantânea e provedores de streaming”, diz a checagem do Twitter.

E complementaram os usuários: “O jogo foi retirado da loja de aplicativos por descumprir as normas do Google”.

Recentemente, Orlando Silva virou piada ao confundir "print" com "link". Um jornalista marcou o deputado numa publicação sobre o texto da Folha de São Paulo, que acusa falsamente catarinenses por apologia ao nazismo, e o deputado confundiu um print da matéria anexado no tweet com um link.

Mesmo demonstrando desconhecer a dinâmica da internet, Orlando Silva defende o PL Censura como "solução" para o combate às chamadas "fake news". O projeto relatado pelo parlamentar é similar à legislação de ditaduras latino-americanas como Venezuela e Nicarágua. 

 


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