PERSEGUIÇÃO

Vaquinha será usada contra Bolsonaro na CPMI do 8 de janeiro

Diógenes Freire · 28 de Julho de 2023 às 15:57 ·

Ainda não se sabe qual alegação será criada, já que os dados apurados pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) não apresentam qualquer evidência de crime

Depois que o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), teve dados bancários sigilosos vazados pela imprensa militante, membros da CPMI do 8 de janeiro pretendem usar a informação contra o ex-mandatário. Ainda não se sabe qual alegação será criada, já que os dados apurados pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) não apresentam qualquer evidência de crime.

De acordo com o Coaf, Bolsonaro recebeu cerca de R$ 17 milhões em transferência via PIX no primeiro semestre deste ano. O valor é resultado de doações de apoiadores para ajudar o ex-presidente a pagar multas impostas pelo judiciário. Entre as condenações estão multa por não usar máscara e por ser “intolerante com profissionais da imprensa”.

Ainda não se sabe como se deu o vazamento das informações sigilosas do Coaf, mas os advogados do ex-presidente suspeitam que o material pode ter sido divulgado depois de ser levado para a sala-cofre do Congresso, onde estão arquivados os documentos da CPMI. 

“São inadmissíveis os vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 e ou de qualquer outra investigação sigilosa. Faz-se necessário identificar quem está entrando na tal sala cofre para que as medidas judiciais sejam tomadas. Quem vazou será criminalizado”, disse Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro. 

“Quebraram o sigilo bancário do Bolsonaro só pra saber quanto ele recebeu de pix e divulgar na imprensa, sem que houvesse qualquer suspeita de crime. Isso é o cúmulo. Ele ainda é um cidadão brasileiro com seus direitos”, disse o vereador Fernando Holiday, pelo Twitter

Vaquinha

No mês passado, Bolsonaro informou ter recebido doações suficientes para pagar suas condenações processuais. Na época, ele disse que iria revelar o valor do montante. Segundo o ex-presidente, foram transferências entre R$ 2 e R$ 22. “A massa contribuiu [...] foi voluntário”, destacou.

De acordo com os dados vazados, o ex-presidente recebeu 769 mil transações ao longo do primeiro semestre. O total recebido foi quase o suficiente para quitar todas as condenações impostas pelo judiciário, algo em torno de R$ 18,4 milhões.

 


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