RIO DE JANEIRO

PF prende acusados de mandar matar Marielle Franco

Paulo Briguet · 24 de Março de 2024 às 11:38 ·

Foram detidos neste domingo o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), da base de Lula, o conselheiro do TCRJ, Domingos Brazão, aliado de Eduardo Paes, e o ex-delegado da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa

Uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro resultou na prisão de três acusados de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, ocorrido em março 2018. Os detidos são os irmãos Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio, e o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), suspeitos de serem os mandantes do crime, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, acusado de tentar obstruir as investigações.

As prisões foram resultado de uma intensa investigação que contou com a colaboração crucial de Ronnie Lessa, ex-policial militar e executor confessado de Marielle, cuja delação foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) recentemente. Lessa revelou detalhes sobre o planejamento meticuloso do crime, atribuindo a Rivaldo Barbosa a organização da execução e a garantia de impunidade aos executores.

A operação, denominada Murder Inc., visava não apenas a prender os autores intelectuais do crime, mas também desvendar possíveis conexões com grupos políticos e paramilitares. Os mandados de prisão e busca e apreensão foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, e concentraram-se na cidade do Rio de Janeiro.

Além dos três principais suspeitos, Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa, a operação também teve como alvo a coleta de provas para investigar crimes de organização criminosa e obstrução de justiça. A prisão dos Brazão ressalta o possível envolvimento de grupos paramilitares na trama, visto que o clã Brazão é conhecido por coordenar áreas dominadas por milícias na zona oeste do Rio. Os irmãos Brazão são aliados do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o deputado Chiquinho integra a base de apoio de Lula no Congresso.

O impacto político das prisões é imenso, visto que Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e Chiquinho Brazão é deputado federal, ambos integrantes de uma poderosa família política local. As investigações apontam para possíveis motivações relacionadas ao embate da ex-parlamentar com a milícia coordenada pelo clã Brazão, sugerindo uma trama complexa de interesses políticos e criminosos. Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, é acusado de receber propina para obstruir as investigações.

Por seis anos, a esquerda brasileira e os seus assessores de imprensa tentaram culpar Jair Bolsonaro e seus aliados pela morte de Marielle e Anderson. A operação de hoje mostra que os verdadeiros responsáveis pelo crime se encontravam em outro espectro político.

 


"Por apenas R$ 12/mês você acessa o conteúdo exclusivo do Brasil Sem Medo e financia o jornalismo sério, independente e alinhado com os seus valores. Torne-se membro assinante agora mesmo!"



ARTIGOS RELACIONADOS